Dentinho é moleque em sua essência. No bom sentido, é o mais brincalhão e ousado do Corinthians. Mas a hora de amadurecer chegou para o garoto de apenas 22 anos.
Neste sábado, diante do Grêmio-PP, às 18h30, no Pacaembu (duelo com transmissão em tempo real pelo LANCENET!), o atacante terá de provar que continuará crescendo, agora órfão do "pai" Ronaldo, que anunciou a aposentadoria. Seus últimos sete gols foram com a presença do Fenômeno em campo.
A última vez em que marcou sem o ex-camisa 9 foi há quase um ano: em 10 de março de 2010, no empate por 1 a 1 com o Cerro Porteño, no Paraguai, pela Copa Libertadores. Na ocasião, Ronaldo havia saído minutos antes e Dentinho, que iniciou no banco, garantiu o empate.
A parceria com o Fenômeno foi de sucesso e rendeu dois títulos, do Paulistão e da Copa do Brasil, em 2009. Mas o garoto, naturalmente e como os outros jogadores, era ofuscado pelo principal ídolo do clube.
O problema é que em 2011 o atacante já se encontra atrás (em moral com a torcida e com o técnico Tite) de Liedson e Jorge Henrique. Nem parece, mas Dentinho é o mais "velho" do grupo. Com 176 jogos pelo clube, foi quem mais vestiu a camisa alvinegra no elenco. É hora de assumir a responsabilidade.
– Eu falo para os meninos que sou experiente (risos). Falando sério, isso (ser o que mais vestiu a camisa do clube) me deixa feliz demais. Sofri muito para chegar ao profissional, e conseguir fazer tantos jogos pelo Corinthians é um sonho para mim e para toda a minha família – disse, em entrevista ao LANCENET!.
Neste sábado, ele será novamente titular após um duro período de treinos. Com a eliminação na Libertadores para o Tolima (COL), foi barrado para melhorar o condicionamento físico e voltou como reserva, diante do Mogi Mirim. Naquele jogo, a primeira vitória foi a prova de idolatria com a torcida. Mesmo no banco, o atacante foi o mais procurado pelas crianças que acompanham os jogadores na entrada no gramado.
Já no último duelo, no clássico contra o Santos, ele teve boa atuação, sofrendo o pênalti do segundo gol da vitória por 3 a 1 do Timão.
O que a torcida alvinegra espera é voltar a ver o Dentinho de 2008. Ele foi o principal destaque do time, e terminou como artilheiro da temporada, com 24 gols em 58 partidas. Desde então, a média foi caindo. Em 2009, fez 14 gols em 51 jogos.
– Espero ser o Dentinho de 2008 ou 2009, que ganhe títulos como naquelas duas temporadas – disse.
No ano passado, foram 11 gols em 40 jogos. Os grandes problemas foram duas graves lesões musculares nas duas coxas, que o tiraram de boa parte do Brasileirão. No período de recuperação, ele também chegou a sentir uma lesão no quadril.
Depois disso, voltou a jogar, viu a equipe perder o título do Brasileirão, ser eliminada da Libertadores e Ronaldo deixar o Corinthians. Experiências não faltam para que ele tenha se tornado um homem. Moleque, só na essência.
As temporadas de Dentinho no Timão
2007 Dentinho (e Bruno) rebaixado
A estreia profissional foi na derrota por 1 a 0 para o arquirrival Palmeiras, pelo Brasileirão. O atacante era reserva e se adaptava aos poucos à equipe. O clube vivia em crise. Em uma época, começou a ser chamado pelo nome, Bruno Bonfim, por orientação do então técnico Paulo César Carpegiani. Naquele ano, fez 20 partidas e marcou dois gols, mas não evitou o rebaixamento para a Série B.
2008 - Destaque e artilheiro do ano
Ao lado do argentino Herrera, formou o ataque titular da equipe do técnico Mano Menezes. Teve ótimas atuações em boa parte da temporada, principalmente na campanha do título da Série B. Terminou como o principal artilheiro da equipe, com 24 gols em 58 partidas. Então, já era considerado novo ídolo da torcida e despertava interesse de clubes da Europa, mas sem propostas concretas.
2009 - Trio ao lado do ídolo
Teve oportunidade de conhecer e jogar ao lado de Ronaldo, um de seus grandes ídolos na carreira. A relação deles era tão boa que o garoto chamava o Fenômeno de pai. Ao lado de R9 e Jorge Henrique, formou um trio ofensivo infernal, que conquistou o Paulistão de forma invicta e a Copa do Brasil. Dentinho fez 14 gols em 51 partidas, mas já virava o terceiro mais badalado entre os três atacantes.
2010 - Com lesões, para esquecer
Começou em alta: teve proposta de seis milhões de euros (cerca de R$ 15 milhões na época) do Fenerbahçe (TUR), mas que foi recusada pelo Corinthians. O atacante começou na reserva e, de tanto entrar e decidir os jogos, voltou a ser titular com Mano Menezes. Ao longo dos meses seguintes, sofreu graves lesões nas duas coxas e ficou um bom tempo afastado. Fez apenas 11 gols em 40 partidas.
2011 - Forma física em xeque
Após a eliminação na Libertadores para o Tolima (COL), ele foi barrado para fazer um trabalho especial com o preparador físico, Eduardo Silva. Nesse meio tempo, viu o "pai" Ronaldo se aposentar. Ao voltar, estava no banco, mas logo entrou e participou de um gol de Liedson, diante do Mogi. O lance foi suficiente para garanti-lo como titular contra o Santos.
E ele foi bem de novo: sofreu um pênalti.
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